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A criação de uma agência para a música, a internacionalização do setor e o apoio para difusão e garantia à diversidade da música brasileiras nas mídias. Essas foram algumas das demandas levantadas em encontro realizado, em Brasília, na última sexta-feira (21/8), por um público de artistas, gestores e produtores que lidam com música no Brasil. Outro problema apontado foi relacionado aos direitos autorais e recursos de artistas do setor que possam ir para um fundo para o próprio setor. O "Encontro com a Música" foi promovido pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Nacional das Artes (Funarte) e faz parte do processo de consulta à sociedade para a construção da Política Nacional das Artes (PNA).
O evento contou com a presença do presidente da Funarte, Francisco Bosco; do diretor do centro de música da Funarte, Marcos Lacerda, e do articulador de música da PNA, Cacá Machado, e reuniu músicos de todos os segmentos. O objetivo foi ouvir demandas e discutir propostas para a área da música na Política Nacional das Artes (PNA). O diretor do Trabalho do SindMusi, João Bani (em pé, de camisa preta à direita na foto) participou do encontro.
Francisco Bosco destacou que o setor da música é um dos que melhor se organizou nos últimos anos e ressaltou a necessidade de tentar definir uma agenda com maior precisão de propostas e reivindicações.
Para tornar a conversa mais objetiva e qualificada, sem prejudicar a participação social, Cacá Machado sugeriu uma sequência inicial de cinco encontros com entidades do setor que tenham apresentado carta à Funarte e que façam um recadastramento do setor junto a Fundação. A ideia seria debater os 10 pontos da Carta de Recife. "A Carta de Recife é um espelho do plano setorial de música e partiu de questões muito debatidas com a classe", comentou.
DEMANDAS
Uma das principais demandas do público é a criação de uma agência para a música a exemplo da Agência Nacional do Cinema (Ancine), um dos pontos presentes na Carta de Recife. Diante dessa demanda, Bosco ponderou o momento de crise econômica, em que talvez fosse melhor fortalecer o setor com estruturas já existentes.
Outro ponto levantado pelo presidente foi o de que a criação de uma agência poderia enfraquecer a Funarte e não seria justo para com as demais linguagens artísticas, que tampouco têm agências. Por fim, o presidente levantou que a questão é de desenho institucional e que a decisão de uma criação caberia ao próprio ministro da Cultura, Juca Ferreira. Bosco sugeriu ainda que a classe crie uma argumentação sobre a necessidade e importância da agência e construa a argumentação com mecanismos que viabilizem a sua construção.
Outro tema abordado pelo público foi a necessidade de um olhar mais atento para a música sinfônica. Em relação a esse quesito, Bosco sugeriu criar um encontro específico para debater o tema. Além disso, também foi apontada a questão da necessidade da internacionalização do setor. A sugestão seria uma ação conjunta para lançamento de editais entre Ministério da Cultura, Funarte, Apex e Ministério das Relações Exteriores.
* Com informações do MinC