Rua do Espirito Santo, depois Pedro I,
vendo-se ao fundo o Teatro Recreio

Teatro Carlos Gomes,
na época da criação do Centro Musical

Também em 1908, os principais teatros da cidade passaram a ser fiscalizados por membros do conselho administrativo, que verificavam a conduta dos diretores de orquestras em relação às normas estabelecidas pelo Centro Musical. Esses teatros eram o São Pedro de Alcântara, o antigo Carlos Gomes, Apollo, Lucinda, São José, que ficaria famoso pelo repertório popular e tipicamente carioca das comédias ligeiras de Carlos Bittencourt, Luiz Peixoto, Marques Porto, Chiquinha Gonzaga e outros, o Lírico, das óperas, da acústica perfeita, e o Recreio Dramático, preferido pelos escritores e boêmios de um modo geral por causa do jardim que os abrigava após os espetáculos até altas horas, quando eles resolviam improvisar os seus saraus literários ou ficavam sob o aconchego das árvores a namorar as atrizes.

Uma das principais irregularidades encontradas por esses fiscais foi a ocorrência de longos ensaios que ultrapassavam as horas marcadas pelo código da associação. Em outubro, o Conselho resolveu enviar um ofício a todos os regentes chamando a sua atenção para esta falta, "dando interpretação ao parágrafo 2º do artigo 30 dos estatutos". Aliá, a prática de enviar aos maestros e diretores essas circulares com orientações e reclamações tornou-se muito frequente. E não eram remetidas somente aos que trabalhavam nos teatros. Outras cartas, desta vez destinadas aos diretores de funções sacras, esclareciam que "os cantores associados são considerados para todos os efeitos professores, e, como tais, com direito a pagamento pela tabela em vigor", e que "o processo de aproveitar amadores para as festas das igrejas prejudica o Centro", que passou a exigir o pagamento das percentagens sobre os honorários pagos a todos os músicos e cantores, associados ou não.