A tecnologia dos primeiros discos era rudimentar. "Na época das gravações mecânicas, o som tinha que ser feito num cone gigante conectado a uma agulha, que cortava o acetato, num prato que era rodado manualmente, já que não havia eletricidade. O prego (agulha) vibrava e ia cortando o disco", conta Carlão. Quem fazia sucesso nessa época eram as bandas militares (do Corpo de Bombeiros, dos fuzileiros navais etc.) e conjuntos de choro (com direito a muitos solos de flauta, como os de Patápio Silva, cujas 14 canções que gravou entre 1902 e 1908 estão agora sendo recuperadas).
Patápio Silva: Aos 15 anos ingressou na banda de música de Cataguases (MG), onde vivia, tocando flauta. Estudou música e se profissionalizou, tocando em bandas de várias cidades do interior até chegar ao Rio de Janeiro em 1901. Foi aluno da Escola Nacional de Música, onde se graduou em flauta com a nota máxima em tempo menor do que o normal. Tornou-se um flautista conhecido, foi um dos precursores do choro e chegou a tocar no Palácio do Catete. Como compositor também deixou peças conhecidas, como "Primeiro Amor" e "Amor Perdido". Morreu em Santa Catarina, em meio a uma viagem que visava levantar fundos para uma viagem de estudos ao exterior. Flautistas como Altamiro Carrilho e Lenir Siqueira gravaram sua obra.
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